Visita Guiada Bienal Virtual
O projecto Bienal Virtual que aqui se dá início, inscreve-se nas dinâmicas artísticas desenvolvidas por avatares na plataforma do metaverso da SecondLife. Neste âmbito optou-se por destacar dois tipos de situações reconhecíveis neste ambientes : os environment e a obra – enquanto objecto virtual. No primeiro caso, temos as propostas de artistas como as que são apresentadas pelo avatar Moya, que recriam os seus espaços virtuais autónomos apoiados por uma retórica ficionista. Esta, apoiada por uma crescente complexidade submete o avatar visitante a uma espécie de segunda imersão (se considerarmos a plataforma do Second Life ela própria imersiva) num mundo pré figurado e criado para proporcionar uma intensa experiência sensorial, sendo esta, claro, assumida e potencializada pelo avatar. Se aprofundarmos o nosso grau de atenção, podemos reconhecer nos projectos virtuais delineados pelos dois artistas referidos, enquanto estratégia espacial de desenvolvimento do processo criativo o reencontro inesperado dos conceitos de Merzbau (1923/1937) propostos por Kurt Schwitters. Não se trata aqui e apenas de um desenvolvimento construtivo das formas mas o ficcionar um espaço em constante devir. No caso do universo proposto pelo artista Patrick Moya com o seu Museu Moya este fluxo dinâmico criativo expande-se para uma realidade aumentada, no sentido que esta alberga a obra realizada no mundo atomatizado e virtual. Esta dinâmica remete para uma espécie de fluxo líquido que funde as duas realidades convergentes. Já não se trata de duas realidades paralelas mas de uma só que flui entre o átomo e o bit.
Na obra virtual proposta pelo artista Bryn Oh ( IT ?) encontramos uma dinâmica narrativa distinta em que este explora o sentido sensorial do avatar, oferecendo ao visitante experiências singulares consoante o percurso pelos ambientes criados. Bryn Oh para além de explorar a representação mimética da realidade em termos de um apurado revestimento das formas (texturas), desenvolve também espaços representacionais múltiplos e complexos em que cada nível de acesso assume-se como um mergulho num universo ficcionado que invoca os universos da magia e da fantasia tão insistentemente explorados e recorrentes na produção literária.
Por último ao visitante, propomos no terceiro espaço do metaverso dedicado à Bienal Virtual SL (Angel Isles 186, 200,22) uma leitura distinta explorando a partilha de experiências entre artistas / avatares. No espaço expositivo dedicado à Bienal Virtual propomos leituras intensificadas das obras singulares desenvolvidas por diversos avatares como as obras surreais propostas pelo artista italiano Eupalinos Ugajin às construções elaboradas pelo grupo português de Capcat Ragu & Meilo Minataur & Takio Ra que exploram formas oníricas num espaço regulado pela métrica como é a modelação virtual. Ambos os artistas realçam a vertente imersiva da obra, mimetizando um acesso intimista muito valorizado e recorrente no mundo da ilustração. Trata-se aqui de habitar a imagem.
Nas restantes obras apresentadas reconhecemos as dinâmicas conseguidas com diferentes níveis de experimentação das ferramentas acessíveis no sistema do metaverso, como a interação da obra – avatar, valorização de movimentos de formas animadas e uma eficaz sincronização entre forma, cor e espaço. Nesta exibição do metaverso destacam-se os conceitos de impermanência e fluidez enquanto suporte e metáfora do mundo construído pela ausência do peso e do sentido gravitacional.
Realçamos no espaço da Bienal Virtual no SIM Angel Isles, desenhado pelo arquiteto francês Pierre-Divier Fouqué as contribuições de Alizarin Goldflake, Giovanna Cerise e Solkide Auer. Também neste espaço podemos aceder ao visionamento de machinimas coordenados por André Lopes (PT) referentes a obras fílmicas totalmente realizadas nos espaços virtuais, explorando e acentuando as suas potencialidades narrativas..
Paralelamente estão previstas conversas temáticas sobre arte virtual por Paula Justiça além das intervenções performativas regulares ao longo do período da exposição da Bienal Virtual da responsabilidade performer digital Pixel Reanimator (UK) com o seu projecto Machinic-Coded Identity-Theory Poesis, além das contribuições prováveis de Wafa Bourgis (TN), Kikas Babenco and Marmaduke Arado (PT) e Isabel Valverde ((PT) remetendo todas estas intervenções artísticas para as potencialidades interactivas disponibilizadas nos espaços do metaverso. Destacam-se desde logo os registos das acções performativas realizadas nos espaços virtuais de autorrepresentação onírica ou conceptualista. Estes registos visuais para além do seu valor histórico também funcionam como os corredores de acesso entre a realidade e o mundo virtual, quando estes estão desconectados.
Silvestre Pestana é licenciado em Artes Gráficas e Design pela E.S.B.A.P. 1980. Pos-Graduate in Arts - Art and Design Education pela De Montford University / Leicester, England. 1996. Master in Arts - Art and Design Education pela De Montford University / Leicester, England. 1998,
Celeste Cerqueira é artista e desenvolve trabalho na área das artes visuais. Possui o Mestrado em Artes Visuais – Intermédia pela Universidade de Évora com a tese “A interdisciplinaridade em algumas obras de arte contemporânea” (2007) . Neste âmbito, a sua produção teórico-prática abrange novos recursos e práticas artísticas como a dinamização do grupo “What is Watt?” e mais recentemente, co-produziu a Bienal Virtual apresentada em Vila Nova de Cerveira e a Bienal de Gravura do Douro.
A sua prática artística, aborda essencialmente registos picturais, que incluem o questionamento a partir de factos reencontrados nos arquivos oficiais da Censura em Portugal entre 1933 e 1974. Neste encontro com a memória histórica, desenvolve estratégias de distanciamento e uma possibilidade de análise crítica sobre as acções sociais e o pensamento colectivo vigente. Ultimamente, tem aprofundado a mesma metodologia, aliando diversas pesquisas de informação de acesso pela Web aos suportes de desenho digitais, nomeadamente, as ferramentas disponíveis no Ipad.
O projecto Bienal Virtual que aqui se dá início, inscreve-se nas dinâmicas artísticas desenvolvidas por avatares na plataforma do metaverso da SecondLife. Neste âmbito optou-se por destacar dois tipos de situações reconhecíveis neste ambientes : os environment e a obra – enquanto objecto virtual. No primeiro caso, temos as propostas de artistas como as que são apresentadas pelo avatar Moya, que recriam os seus espaços virtuais autónomos apoiados por uma retórica ficionista. Esta, apoiada por uma crescente complexidade submete o avatar visitante a uma espécie de segunda imersão (se considerarmos a plataforma do Second Life ela própria imersiva) num mundo pré figurado e criado para proporcionar uma intensa experiência sensorial, sendo esta, claro, assumida e potencializada pelo avatar. Se aprofundarmos o nosso grau de atenção, podemos reconhecer nos projectos virtuais delineados pelos dois artistas referidos, enquanto estratégia espacial de desenvolvimento do processo criativo o reencontro inesperado dos conceitos de Merzbau (1923/1937) propostos por Kurt Schwitters. Não se trata aqui e apenas de um desenvolvimento construtivo das formas mas o ficcionar um espaço em constante devir. No caso do universo proposto pelo artista Patrick Moya com o seu Museu Moya este fluxo dinâmico criativo expande-se para uma realidade aumentada, no sentido que esta alberga a obra realizada no mundo atomatizado e virtual. Esta dinâmica remete para uma espécie de fluxo líquido que funde as duas realidades convergentes. Já não se trata de duas realidades paralelas mas de uma só que flui entre o átomo e o bit.
Na obra virtual proposta pelo artista Bryn Oh ( IT ?) encontramos uma dinâmica narrativa distinta em que este explora o sentido sensorial do avatar, oferecendo ao visitante experiências singulares consoante o percurso pelos ambientes criados. Bryn Oh para além de explorar a representação mimética da realidade em termos de um apurado revestimento das formas (texturas), desenvolve também espaços representacionais múltiplos e complexos em que cada nível de acesso assume-se como um mergulho num universo ficcionado que invoca os universos da magia e da fantasia tão insistentemente explorados e recorrentes na produção literária.
Por último ao visitante, propomos no terceiro espaço do metaverso dedicado à Bienal Virtual SL (Angel Isles 186, 200,22) uma leitura distinta explorando a partilha de experiências entre artistas / avatares. No espaço expositivo dedicado à Bienal Virtual propomos leituras intensificadas das obras singulares desenvolvidas por diversos avatares como as obras surreais propostas pelo artista italiano Eupalinos Ugajin às construções elaboradas pelo grupo português de Capcat Ragu & Meilo Minataur & Takio Ra que exploram formas oníricas num espaço regulado pela métrica como é a modelação virtual. Ambos os artistas realçam a vertente imersiva da obra, mimetizando um acesso intimista muito valorizado e recorrente no mundo da ilustração. Trata-se aqui de habitar a imagem.
Nas restantes obras apresentadas reconhecemos as dinâmicas conseguidas com diferentes níveis de experimentação das ferramentas acessíveis no sistema do metaverso, como a interação da obra – avatar, valorização de movimentos de formas animadas e uma eficaz sincronização entre forma, cor e espaço. Nesta exibição do metaverso destacam-se os conceitos de impermanência e fluidez enquanto suporte e metáfora do mundo construído pela ausência do peso e do sentido gravitacional.
Realçamos no espaço da Bienal Virtual no SIM Angel Isles, desenhado pelo arquiteto francês Pierre-Divier Fouqué as contribuições de Alizarin Goldflake, Giovanna Cerise e Solkide Auer. Também neste espaço podemos aceder ao visionamento de machinimas coordenados por André Lopes (PT) referentes a obras fílmicas totalmente realizadas nos espaços virtuais, explorando e acentuando as suas potencialidades narrativas..
Paralelamente estão previstas conversas temáticas sobre arte virtual por Paula Justiça além das intervenções performativas regulares ao longo do período da exposição da Bienal Virtual da responsabilidade performer digital Pixel Reanimator (UK) com o seu projecto Machinic-Coded Identity-Theory Poesis, além das contribuições prováveis de Wafa Bourgis (TN), Kikas Babenco and Marmaduke Arado (PT) e Isabel Valverde ((PT) remetendo todas estas intervenções artísticas para as potencialidades interactivas disponibilizadas nos espaços do metaverso. Destacam-se desde logo os registos das acções performativas realizadas nos espaços virtuais de autorrepresentação onírica ou conceptualista. Estes registos visuais para além do seu valor histórico também funcionam como os corredores de acesso entre a realidade e o mundo virtual, quando estes estão desconectados.
Silvestre Pestana é licenciado em Artes Gráficas e Design pela E.S.B.A.P. 1980. Pos-Graduate in Arts - Art and Design Education pela De Montford University / Leicester, England. 1996. Master in Arts - Art and Design Education pela De Montford University / Leicester, England. 1998,
Celeste Cerqueira é artista e desenvolve trabalho na área das artes visuais. Possui o Mestrado em Artes Visuais – Intermédia pela Universidade de Évora com a tese “A interdisciplinaridade em algumas obras de arte contemporânea” (2007) . Neste âmbito, a sua produção teórico-prática abrange novos recursos e práticas artísticas como a dinamização do grupo “What is Watt?” e mais recentemente, co-produziu a Bienal Virtual apresentada em Vila Nova de Cerveira e a Bienal de Gravura do Douro.
A sua prática artística, aborda essencialmente registos picturais, que incluem o questionamento a partir de factos reencontrados nos arquivos oficiais da Censura em Portugal entre 1933 e 1974. Neste encontro com a memória histórica, desenvolve estratégias de distanciamento e uma possibilidade de análise crítica sobre as acções sociais e o pensamento colectivo vigente. Ultimamente, tem aprofundado a mesma metodologia, aliando diversas pesquisas de informação de acesso pela Web aos suportes de desenho digitais, nomeadamente, as ferramentas disponíveis no Ipad.